quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eles não são vilões


Arrogantes, catimbeiros e maldosos. É por isso que os argentinos ganham as decisões contra os brasileiros. Com todo respeito, isso é conversa de Globo e Sportv, que sempre transformam os adversários estrangeiros em grandes vilões. Os times brasileiros são sempre os mocinhos, os melhores, que são derrotados por causa de artimanhas maléficas arquitetadas pelo time malvado. Isso, chama-se patriotada, nacionalismo, e é uma maneira pobre de se analisar a realidade de um jogo.

Em 12 finais disputadas entre brasileiros e argentinos, o Brasil-sil-sil ganhou apenas três. A última delas em 1992, quando o São Paulo de Telê Santana venceu o Newel´s Old Boys nos pênaltis. Será que o mal prevalece tanto assim? E não são só os argentinos. Não nos esqueçamos do ano passado, quando o Fluminense, dos confiantíssimos Renato Gaúcho e Thiago Neves, foi derrotado pela LDU, do Equador.

A verdade é que grande parte da torcida e da imprensa brasileira tem a mania irritante de achar que a catimba de lá é sempre pior. Que a tradição de cá é sempre maior. E que os que jogam por aqui são sempre melhores. Vamos analisar: Na finalíssima da Libertadores, Kleber tentou cavar faltas e cartões desde o primeiro minuto do jogo. Welinton Paulista tentou cavar pênalti pelo menos três vezes. Isso também não é catimba? Jogador brasileiro adora se jogar e simular contusões. Será que isso não é maldade?

O Estudiantes venceu a Libertadores no campo, jogando melhor, demonstrando maior controle e reagindo bem nos momentos difíceis da partida. Assim como o Boca venceu o Santos e o Grêmio, e a LDU derrotou o Fluminense. Ao invés de procurar vilões, os times brasileiros que chegam às decisões precisam encontrar maneiras de serem mais controlados e efetivos nos jogos finais.


O Estudiantes não é um time vilão. É uma equipe tradicional, que fez ótima campanha e, merecidamente, conquistou o tetra campeonato da Copa Libertadores da América. Ou seja, ganhou mais vezes que qualquer time bonzinho do Brasil-sil-sil.

Crédito da foto: Reuters

Um comentário:

  1. É difícil engolir que eles têm sido muito melhores que nós! Então vamos minimizar a nossa falta de vitórias diminuindo os nossos adversários. Que pobreza.

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