domingo, 18 de outubro de 2009

Alguém quer ser campeão?


É a terceira rodada seguida do campeonato brasileiro em que líder e vice-líder trocam gentilezas e seguem empacados. Parece que o São Paulo se esforça em facilitar as coisas para o Palmeiras, que, aparentemente, se recusa a aceitar tamanha cortesia. Enquanto isso, Internacional e Atlético Mineiro foram ressuscitados, e tentam botar as manguinhas de fora.

Já fazem algumas rodadas que Palmeiras e São Paulo são considerados os únicos candidatos ao título do campeonato brasileiro. Claro que, matematicamente, outros times têm condições, mas os dois paulistas aparentavam ser mais fortes que seus concorrentes. Na 25° rodada, o tricolor tropeçou feio, e empatou com o Santo André, em Ribeirão Preto. Na rodada seguinte, ficou no 1 a 1 no clássico contra o Corinthians. Nessas mesmas duas rodadas o Palmeiras venceu seus jogos e abriu cinco pontos de vantagem.

A tarefa do São Paulo, de alcançar o time de Muricy Ramalho, já era difícil. Apesar de não jogar bem, o Palmeiras demonstrava muita solidez e confiança. Mas o time de Ricardo Gomes queria deixar as coisas mais complicadas ainda. Na 28° rodada o São Paulo empatou em pleno Morumbi com o Coritiba, que ocupa a parte de baixo da tabela. Um dia depois, o Palmeiras enfrentaria o Avaí no Palestra Itália. Oportunidade perfeita para aumentar a vantagem para sete pontos. No entanto, a equipe verde suou muito para conseguir empatar. Na rodada seguinte foi a mesma coisa. Tricolor perdeu fora de casa para o Flamengo e o Palmeiras apanhou do Náutico em Pernambuco.

E nessa 30° rodada, pela terceira vez consecutiva, os dois rivais trocaram gentilezas. Dentro de casa, o São Paulo não jogou nada, e perdeu para o Atlético Mineiro, 1 a 0. Dentro de casa, o Palmeiras não jogou nada, e perdeu para o Flamengo. A sete rodadas para o fim, fica a pergunta. Alguém quer ser campeão?
Claro que o maior prejuízo é o são-paulino, que é quem precisa descontar a vantagem do rival. Mas é estranho perceber que os dois, considerados favoritos ao título, estejam jogando tão mal. Que estejam com tantas dificuldades para vencer suas partidas. Os dois não estão mostrando bom nível técnico. O São Paulo é uma equipe com jogadores em decadência técnica, como Washinton e Jorge Wagner, e convive com desfalques, ou por contusões, ou por cartões estúpidos que jogadores, estupidamente, não param de os receber. Já o Palmeiras tem um elenco pequeno, de reservas limitados.

Enquanto isso, Atlético Mineiro e Internacional, que só tinham chances matemáticas de título, um porque tinha elenco fraco e o outro porque não estava jogando nada, começam a voltar a acreditar que têm chances reais de serem campeões. Mas será que esses querem ser campeões? O Galo derrotou o São Paulo no Morumbi e lhe tomou a vice-liderança. Já o Inter empatou com o lanterna Fluminense e, ao invés de estar a três pontos do líder, está a cinco, assim como o tricolor paulista, que caiu para a quarta posição.


Querer ser campeão, todo mundo deve querer. Mas o nível do brasileirão esse ano caiu em relação aos três anos anteriores. Por isso, querer não é poder.

Crédito da foto: Keiny Andrade A/E

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alonso na Ferrari. E massa?


Ontem a Ferrari confirmou uma notícia que já era esperada, principalmente pelos jornais espanhóis. Fernando Alonso será piloto da equipe italiana em 2010. O contrato tem validade de três anos. Quem perde o lugar é Kimi Raiokkonen, e o espanhol bi-campeão terá Felipe Massa como companheiro. Sem dúvida uma contratação de peso. Mas como funcionará a dinâmica de trabalho entre Fernando e Felipe?

A dúvida é levantada por causa de duas lembranças. Primeiro a maneira como a Ferrari trabalhou de 2000 à 2005, quando teve como pilotos Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Naquele tempo, todas as forças da equipe eram voltadas para as vitórias do alemão, e Rubinho era, claramente, relegado a segundo plano. Há aí duas coisas a serem ponderadas. Schumacher era um piloto muito superior aos outros e sempre teve bem mais chances de título do que seu companheiro brasileiro, mesmo com a qualidade técnica que Barrichello tinha, e tem. É verdade que essa preferência era muitas vezes exagerada e desnecessária. Mas aí entra a segunda coisa a ser ponderada. O comando da Ferrari era totalmente diferente. O chefe era Jean Todt, e o estrategista, Ross Brawn.

A nova direção da escuderia já avisou. Massa e Alonso serão tratados com igualdade. Escaldado, Rubinho já deu declarações duvidando disso, mas afirmando que torce, pelo amigo Felipe, que isso seja verdade.

A outra lembrança que levanta dúvidas sobre como será a convivência entre Alonso e Massa é mais recente, e envolve o próprio piloto esoanhol. Em 2007 Fernando chegou à McLaren como a grande contratação da equipe. Mas ele não suportou o fato de que o jovem inglês Lewis Hamilton tinha ótimo desempenho e brigava com ele pelo título daquele ano. Alonso exigia que a equipe desse prioridade a ele. Resultado, foi embora depois de apenas uma temporada.

Fato é que a Ferrari investiu alto. Para ter Alonso, ela demitiu Raikkonen, que ainda tinha um ano de contrato em vigência. Isso quer dizer que deverá pagar multa alta para o finlandês. Ou seja, as expectativas pelo desempenho do espanhol são muito grandes. Se ele começar a próxima temporada com resultados melhores que os de Felipe, é provável que equipe passe a depositar todas as suas fichas nele, e deixe o brasileiro em segundo plano. Sem contar que Alonso já é bi-campeão, e Felipe ainda não tem título.


Cabe a Massa voltar bem à Fórmula 1 e mostrar que têm condições de superar o espanhol, um dos melhores pilotos dos últimos anos da categoria. Agora, dúvidas a parte, uma coisa podemos ter certeza. A contratação de Alonso pela Ferrari esquenta muito a Fórmula 1 em 2010.

Crédito da foto: EFE